O chá que acolhe e encolhe


Do leite saído direto da vaca, da fazenda da minha avó, ao leite de saquinho e de caixinha. Sempre amei leite. E puro mesmo. Tomo com tudo, não só com pão. Gosto com pizza, arroz e feijão, até sopa. Quente ou gelado. Mas há um momento em que a vontade de tomá-lo supera qualquer acompanhamento. Prefiro só ele e bem quente. Essa é a exceção. E aí não é apenas uma vontade sensorial. É um apetite interno. De carinho, amor. O leite quentinho vem como um abraço gostoso na alma. Talvez remeta aos tempos de amamentação (que eu não tive, mas isso é história para um outro texto). Enfim, não sei dizer. Mas de uns tempos pra cá venho sendo cada vez mais simpatizante a práticas alimentares mais saudáveis. Sem entrar no mérito de que leite faz mal ou não, e apesar de eu não ser intolerante a lactose (pelo menos acho que não), leite tem calorias e, como minha vó dizia, tudo que é demais é veneno. Foi aí que, na tentativa de manter esse abraço caloroso na alma, descobri o chá. E com isso, descobri outra coisa. O que me acolhe é a temperatura da bebida. Continuo tomando leite, com menos frequência, mas chá tomo o dia inteiro (sem açúcar rs). Isso é libertador porque me acolhe em todos os momentos, inclusive naquele de ansiedade, quando a vontade de comer é maior que o bom-senso. Viva o chá!

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