meu primeiro micro-ondas

Algumas coisas não mudam e isso é maravilhoso. E eu falo de família. Mais especificamente da minha, e num especial de hoje, dos meus tios e primos paulistanos. De distantes eles não têm nada. Até mesmo quando eu estava 1.200 km longe, nunca deixaram de estar presentes. E se morar sozinha faz a gente compreender melhor algumas coisas e valorizar ainda mais outras, cada vez mais confirmo o que eu sempre soube: essa é a única instituição que, ao invés de separar, une. No último sábado, resolvi fazer bolinho de arroz. Eu, que sempre fugi de fogão, vi meu bolinho de arroz ser tudo, menos bolinho de arroz. Liguei pra minha mãe. Descobri onde foi o erro mas naquela altura já estava cansada para recomeçar qualquer coisa e ainda por cima ter que limpar tudo depois. Aí comentei a falta que me faz um micro-ondas. Não que desse pra fazer bolinhos de arroz no micro-ondas, mas é que depender do fogão pra tudo é um saco. E aqui faz frio quase o ano inteiro, e frio é igual a frio e preguiça. Bom, continuando. Ontem, na Sobaria da rua Áurea, Vila Mariana, um restaurante de comida sul-mato-grossense, mais uma vez lá estavam eles: juntos. Unidos por uma data, por um sorriso, pelo carinho, pelo respeito. Até o que está na França apareceu por lá, graças ao meu celular LG no-battery que resolveu dar uma trégua. Por causa da chuva, chegaram todos molhados. Sentamos em volta da mesa de madeira retangular e começamos a brindar. No decorrer das horas, abraços, beliscões e sempre aquela gargalhada boa, que deixa tudo em ordem. Mas foi no fim da noite que eu descobri que, de onde vinha tanto calor, tinha ainda mais calor: um micro-ondas Brastemp branquinho no porta-malas, embrulhado para presente, pra mim.

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