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Mostrando postagens de fevereiro, 2009

ironias

1. Grant Achatz, chef americano, renova o menu do seu restaurante a cada estação. Ele cria pratos valorosos, não pelo status dos ingredientes que usa, mas porque através de cada um procura despertar emoções como nostalgia e humor nos seus clientes. Um belo dia, ele descobriu que tinha câncer na língua. Perdeu completamente o paladar. 2. Ludwig van Beethoven foi descoberto músico excepcional aos oito anos de idade, sendo considerado até o novo Mozart. Com 11, compunha peças notáveis e revolucionou a música erudita. Aos 13, já era organista, cravista, músico de orquestra e professor. No entanto, aos 26 anos, teve os primeiros sintomas da surdez. Ficou surdo dos dois ouvidos. 3. O guitarrista Jason Becker ganhou fama cedo, junto com o prêmio de guitarrista revelação. Quando estava no auge de sua carreira, começou a sentir os sintomas da Doença de Lou Gehring (esclerose lateral amiotrófica), uma doença rara, degenerativa. Ele perdeu todos os movimentos do corpo e, até hoje, só se comunica ...

hoje

Hoje vai haver descanso. Vai haver jantar à luz de velas e vinho. Hoje, mesmo que chova, vai haver estrelas. Mesmo que pense, vai haver paz. Não importa como o dia foi. No fim da noite vem sempre o prêmio que compensa tudo.

conversa pra boi dormir sem tomar banho

Ao assistir ao comercial do Garnier Bí-O 48 horas de proteção me ocorreu uma coisa. Por que inventaram um desodorante que dura 48 horas se as pessoas com um mínimo de higiene tomam, pelo menos, um banho por dia? Se a intenção se justifica no calor que faz o Brasil, um país tropical, com altas temperaturas, justamente essa quentura toda também faz do banho algo mais frequente do que se imagina. Se fosse nos países de frio rigoroso, aí sim acredito que todo esse apelo faria mais sentido. "Garnier Bí-O 48 horas. Sem banho, sem cê-cê." Funcionaria melhor. E então volta a pergunta: por que 48 horas de proteção? Se você está no supermercado e resolve comprar o produto, pode dar brecha para as pessoas pensarem que você ou sua muito ou transpira muito ou tem um cheiro exótico. Os desodorantes convencionais têm duração de 24 horas. Não tá bom? Será que essa ideia foi do diretor de marketing, na tentativa de criar um diferencial pra marca sobressair na concorrência? Qual foi a base da ...

tudo o que é bom

Ainda não conheço todos os bares da Vila Madalena. É que todas as vezes que vou lá acabo repetindo a (boa) dose na Cervejaria Patriarca, esquina da Aspicuelta com a Mourato Coelho. A famosa costela no bafo é digna de replay, reprises e recordações, já que depois eu sempre fico pensando quando vou voltar de novo. Meu almoço de ontem foi lá. E mais que delicioso, foi especial. Um casal, cujas idades juntas somam bem mais de um século, foi parceiro na cerveja, nas histórias, nas risadas e deu ao meu domingo, ainda que chuvoso, um pouco mais de alegria. Caros, curtam cada momento de coração aberto, escutem de verdade, olhem nos olhos, deem à cada palavra a merecida atenção. E um brinde à felicidade.

na cola da coca

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- Por que você não toma leite ou um suco, ao invés de Coca? - Ah, porque não. - Você sabia que faz 12 anos que eu não tomo uma gota de Coca-Cola? - É?! - É! - ...Mas ela continua gostosa!

o verdadeiro grande salto

Quando eu era pequena, eu queria ser astronauta. Todos os dias à noite, eu e meus irmãos deitávamos com meu pai no quintal de casa para ver as estrelas: eu, que era a menor, ficava sobre o peito dele; minha irmã, abraçada pelo lado esquerdo; e meu irmão, acolhido pelo direito. E ficávamos ali horas, olhando para o céu e ouvindo histórias. Aos nove anos eu já tinha lido todos os livros relacionados, do Júlio Verne. E ficava encantada a cada notícia nos jornais. Mas, com o passar dos anos, meus interesses mudaram e minha vontade do espaço se resumiu a uma gostosa curiosidade, que se reanima a cada nova descoberta. A última delas é artigo de luxo de milionários e sonho de consumo meu - e acredito que de 99% da população mundial. Se você tem 200 mil dólares sobrando, então você pode ir pro espaço, literalmente. Entre ida e volta, são três dias de viagem, sendo 90 minutos de voo espacial e 4 minutos de permanência lá, em meio à gravidade zero. Deve ser demais demais demais. Não só porque es...

meu primeiro micro-ondas

Algumas coisas não mudam e isso é maravilhoso. E eu falo de família. Mais especificamente da minha, e num especial de hoje, dos meus tios e primos paulistanos. De distantes eles não têm nada. Até mesmo quando eu estava 1.200 km longe, nunca deixaram de estar presentes. E se morar sozinha faz a gente compreender melhor algumas coisas e valorizar ainda mais outras, cada vez mais confirmo o que eu sempre soube: essa é a única instituição que, ao invés de separar, une. No último sábado, resolvi fazer bolinho de arroz. Eu, que sempre fugi de fogão, vi meu bolinho de arroz ser tudo, menos bolinho de arroz. Liguei pra minha mãe. Descobri onde foi o erro mas naquela altura já estava cansada para recomeçar qualquer coisa e ainda por cima ter que limpar tudo depois. Aí comentei a falta que me faz um micro-ondas. Não que desse pra fazer bolinhos de arroz no micro-ondas, mas é que depender do fogão pra tudo é um saco. E aqui faz frio quase o ano inteiro, e frio é igual a frio e preguiça. Bom, cont...

no meio do caminho tinha um cachorro

Quase todos os dias vou a pé ao trabalho. O percurso dura de 10 a 15 minutos, dependendo do meu sono. Mas ultimamente tenho feito em tempo recorde graças aos inúmeros pit bull, rottweiler e outros cachorros de raça meiga que resolvem vir ao meu encontro (ou de encontro a mim, que é o que eu sempre temo). No entanto, eles nunca estão sozinhos. Estão sempre acompanhados de seus donos - a maioria homens. E é engraçado. Não sei se pela própria imponência do cachorro, mas tenho a impressão de que a masculinidade é reforçada graças à presença do animal. Eles (os donos) caminham como se estivessem fitando algo a 300 metros de distância, com o rosto levemente erguido, peito estufado e ar de "sou macho, irmão!". Traduzindo: distraídos. E isso é preocupante, porque se os cachorros resolvem correr atrás de mim, talvez consigam escapar. Afinal, até então, seus donos acham que estão no controle. Mas, ainda bem que isso nunca aconteceu e prefiro que as coisas continuem exatamente assim, eu...

fevereiro sem quatro

Falta força. Falta vontade. Falta ânimo. Falta disposição. Falta calma. Falta fome. Falta sono. Falta. Falta muita coisa. Cada dia tudo fica mais difícil e comemorar deixa de ser um afeto. De alguma forma, as coisas perderam o sentido pra mim. E todos os dias eu pergunto cadê, por quê. Você aprende a conviver com muita coisa. Com a angústia, com o vazio, com o choro entalado na garganta. Precisa saber controlar seus pensamentos. E quando você passa o dia inteiro lutando para que nada saia do controle, vem a noite e mostra o quanto somos frágeis. Hoje eu tenho a convicção de que a felicidade é apenas um estado. Às vezes um segundo, às vezes três minutos, às vezes poucas horas. Mas nunca o suficiente para curar a dor.