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Mostrando postagens de julho, 2017

Simples assim?

Se tudo o que você pensa é triste ou ainda não existe. Se tudo o que há para pensar é na morte da bezerra ou na vida alheia. Se não há multa por velocidade que faça sua cabeça desacelerar. Então, só há uma coisa a fazer. Pare de pensar.

Sina

De dia a gente explode —com tudo e todos. De noite a gente implode —bebendo tudo e comendo a todos.

A mente é uma selva

Os pensamentos, a gente remói feito bicho. Rumina feito vaca. Chia feito ave. Mimimia feito gato. Grita feito arara. E só para, quando ronca feito um porco, que aí a gente tá dormindo.

Exilados no quarto

O mundo em franca decadência E a gente na iminência de morrer De amor

Queda livre

Ana Martins Marques escreveu: “Colecionamos objetos, mas não o espaço entre os objetos / Fotos, mas não o tempo entre as fotos / Discos, mas nunca o pequeno intervalo de silêncio entre duas canções”. E eu tenho a impressão de que a vida é exatamente isso, esse ínterim. É a pausa dos encontros. O repouso (não o sono) entre o fim e o início do expediente. E quando não sabemos o que fazer com essa abertura, o que sentimos é um vazio imenso. Um buraco profundo no estômago. Uma fissura dolorosa no peito. E em vez de olhar pra esse espaço, fechamos os olhos. Aí, feito cegos, buscamos desesperadamente preencher esse vácuo de dor tateando coisas, tateando pessoas, até conseguir apoiar em algo convenientemente confortável. E assim, distraídos de nós mesmos, vamos vivendo.