Só uma coisa. Algo simples. Aparentemente banal. Mas que pra você seja importante. Faça pelo menos uma coisa assim no seu dia. E já será uma conquista. O suficiente para animá-lo, encorajá-lo, fortalecê-lo.
Hoje as notícias parecem velhas e a previsão é de chuva. O tempo, que já era curto, agora corre de mim. Os dias estão contados para que nenhuma dúvida respire. Mas em algum lugar pulsa uma vontade de gritar mais do que suporta minha voz e menos do que eu gostaria de ouvir. Enquanto vou ao encontro de, tudo vem de encontro a. A vida apresenta a felicidade no mesmo instante que cumprimenta a dor (e ainda, ironicamente, diz: é um prazer conhecê-la). Cada um escolhe a cor que vê o mundo. Mas agora, para mim, é você quem tem dado o tom. Desejo, do fundo do meu coração e da minha alma, que o encanto não acabe. Que o sorriso não se desmanche. Que o beijo não se desgaste. Que os olhares não se percam. Que a vontade não desfaleça. E que o fim, ainda que feliz, morra antes de nascer.
Quando criança, dor é ralar joelho, levar um tombo, bater a cabeça. Quando criança, dor já vem com prazo de validade: antes de casar sara. Mas e depois que a gente casa, como faz? As dores são mais profundas, e ainda não inventaram gelol para alma. Ainda não inventaram merthiolate para coração partido. Quando vai passar, se talvez nunca? Dor de adulto tem cura, doutor?
Aeroporto é um círculo vicioso de saudades: você embarca para cessá-las, mas deixa tantas outras de onde saiu. Estou ficando um pouco repetitiva nesse assunto, mas é a tônica do que tenho vivido dia após dia, e principalmente agora, que o primeiro ano se aproxima. A partir de agosto os meses são inquietos e, assim também, particularmente, meu coração. Ainda tenho traumas de domingos e de telefonemas em manhãs ociosas. A dor existe tão forte quanto o primeiro dia sem ele. E o embarque e desembarque vem sempre acompanhado de uma tristeza no peito que ninguém jamais vai entender.
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