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Mostrando postagens de 2015

Tudo dá certo no final

Olha o fim do ano aí. Por mais que 2015 não tenha sido lá essas coisas, no final sempre sentimos -e intimamente sabemos- que tudo ainda pode dar certo.

Homenagem ao tempo perdido

Às horas que vão e que se vão em vão, um minuto de silêncio.

Controle

Feito doce, eu devoro você. Feito dieta, eu evito.

Você, meu mistério

Entre mim e você há uma distância. Um muro de distância. Você está ali em cima. Eu, aqui embaixo. Talvez você tenha uma vista mais privilegiada do que a minha. E deve mesmo ter. Mas acredite, eu também vejo coisas bonitas daqui. E gostaria muito de mostrá-las a você. Enquanto isso vou mostrando como sou. Vou sendo como posso. Jogando meu corpo no mundo. Andando por todos os cantos.

Quem?

Imagem
Me prenderam dentro de uma caixinha que não era de presente. Não tinha furinho pra respirar, nem brechinha pra olhar. Fiquei lá dentro, quietinha, esperando alguém notar. De repente a caixa balançou. Pra lá, pra cá. Pra lá, pra cá. Pra lá, pra cá. Opa, senti molhar. E não era de xixi. Era água de mar! E agora? Eu não sei nadar. Estão me levando. Peraí. Quem disse que eu quero ir? Foto: Thiago Ventura ( https://www.flickr.com/photos/thiagoventura )

Pequenas coragens diárias

Entre um café e outro. Entre um sinal vermelho e outro. Entre um like e outro. Da hora em que se acorda até a hora de dormir. Há que se ter coragem. Para levantar disposto da cama. Para ser paciente no trânsito. Para não comer aquele doce. Para não ser grosseiro com o vizinho sem-noção. Para enfrentar as muitas segundas-feiras que existem numa mesma semana. Para se enfrentar.

Sou dessas

As músicas que falam de saudade me soam como velhas conhecidas. Parecem me compreender profundamente, como uma amiga de infância que há muito não vejo mas para a qual meus sentimentos dispensam apresentações. Aumento o som como se isso me aproximasse do objeto de minha saudade. Também programo para repetições infinitas, como se isso fizesse esgotar as dores da distância. A euforia cresce e meu coração parece deixar no chinelo as batidas que ritmizam a música. Sou dessas de sentir saudade. Mas não qualquer saudade. Saudade de você.

Da singeleza do amor, meu mais sincero afeto

Para organizar os pensamentos nada melhor que organizar a casa. Ontem foi assim. Me desfiz de coisas vencidas não só pela data de validade mas também por sua inutilidade. Lavei muita roupa suja comigo mesma. Interessante observar o processo de lavagem. É preciso primeiro haver o caos de peças misturadas, em movimentos confusos, para que a purificação aconteça. Também varri a sala, atenta às pequenas sujeiras que insistiam em permanecer debaixo do tapete. Ontem não havia mais nada que eu pudesse fazer a não ser cuidar da minha casa. Talvez você ainda apareça.

Apenas

Não é de hoje, nem de ontem, tampouco de alguns dias atrás. Os dias já correm em dezenas, a duras penas. E mesmo assim me sinto plena.

Sem inspiração

Penso num texto, logo desisto.

Saudade

Me dê licença. Sou mesmo intensa. E vivo você como se não houvesse mais ninguém. Vou me soltando aos poucos. E de pouco em pouco vou mostrando meus muitos. Meu excesso escasso de você.

Por dias com mais equilíbrio

Deixo as tempestades para a Cantareira. De escura e fria basta a vida. Além disso, o meu copo já está cheio. Procuro mantê-lo assim, metade sempre cheia. Nunca vazia. É para que não haja mesmo espaço para mais tempestades. Da outra metade do copo, seca e vazia, faço meu respiro. Um fôlego para brindar uma vida com mais leveza, sem torrentes.

Espertamente

O sofá da mente é o divã. O divã daquele que te ouve, o qual não necessariamente é o psicanalista. Pode ser o travesseiro. Pode ser a manicure. Pode ser qualquer pessoa ou coisa que te faça esgotar as palavras. Que te escute, escute, escute, repetidamente, até curar o coração. Que, espertamente, desperta a mente.

Proibida a entrada de estranhos

Revisitar um lugar há tanto tempo habitado - por você mesmo. Um lugar que ainda é seu e continuará sendo até quando você bem entender. O que você é em um lugar assim, seu, mas há tanto tempo inabitado? Visita? Não. O coração se sente em casa. Acolhido de volta.

Efeito abajur

As pessoas à minha volta me parecem distantes. Não sei sobre o que falam, mas sei que não é comigo. Elas passam por mim mas apenas me veem; não me enxergam. Me sinto como um abajur. E não acho ruim. Ouço vozes, telefones, mas cujos decibéis não parecem atingir a frequência mínima aos ouvidos humanos. (O que dirá de um abajur.) Continuo confortavelmente no meu mundo próprio. Alheia a tudo e a todos. Sou minha única companhia e isso me parece perfeito. Ah não! Ah não! Meu fone quebrou. Acabou a música. O silêncio ardente do mundo volta a me queimar. Escuto um grito apontado pra mim: terráquea, terráquea! Eu, ainda sob o efeito abajur, respondo: apaga a luz. Me deixa sonhar.

Da alforria à euforia

Da alforria à euforia de amar e amar e amar. De se encantar pelo conhecido e desconhecido. De se apaixonar e deixar-se ser, deixar-se ir. De viver e viver e viver.