no seu guarda-chuva ou no meu?
a busca pelo autoconhecimento sempre leva a lugares valorosos. por exemplo, a um despertar em plena avenida vergueiro, numa manhã chuvosa de terça-feira. como de praxe, há sempre os desavisados desacompanhados de seus guarda-chuvas. e também os precavidos, cujos protetores meteorológicos são como verdadeiros amuletos. enquanto este punhado de gente mantinha-se confortavelmente impermeável à espera do sinal para atravessar a rua, o outro punhado só fazia curvar-se, como se ao encolher pudesse driblar a quantidade ingovernável de chuva. num súbito, eu, que estava milagrosamente munida do meu guarda-chuva, ofereci a uma dessas pessoas que se molhava um humilde cantinho ao meu lado. ela sorriu e aceitou. e eu sorri por dentro.