textos do tamanho da sua paciência

há tanto para ler, tanto para conhecer, tanto para aprender, tanto para evoluir. e tantas pessoas inertes, errantes, perdidas, buscando propósitos errados, relações incertas, vontades efêmeras. até quando?

não me leve a mal, me leve a sério. me leve com você. e me enleve, até eu me sentir bem leve.

a busca pelo autoconhecimento sempre leva a lugares valorosos. por exemplo, a um despertar em plena avenida vergueiro, numa manhã chuvosa de terça-feira. como de praxe, há sempre os desavisados desacompanhados de seus guarda-chuvas. e também os precavidos, cujos protetores meteorológicos são como verdadeiros amuletos. enquanto este punhado de gente mantinha-se confortavelmente impermeável à espera do sinal para atravessar a rua, o outro punhado só fazia curvar-se, como se ao encolher pudesse driblar a quantidade ingovernável de chuva. num súbito, eu, que estava milagrosamente munida do meu guarda-chuva, ofereci a uma dessas pessoas que se molhava um humilde cantinho ao meu lado. ela sorriu e aceitou. e eu sorri por dentro.

a única constante na vida são suas inconstâncias.

uma insensatez com a alma.

eu era feliz e não sabia = eu era um idiota e não sabia

desejamos que as horas passem depressa, que o dia termine logo e que o fim de semana chegue mais rápido do que nunca. mas nos assustamos quando o ano voa, as novas idades chegam e as pessoas que amamos de repente se vão.

facebook, twitter, e-mail. as muitas abas abertas no navegador revelam um coração aberto a novidades, a curiosidades, a tudo. menos à solidão.

Infelizes são os mudos da alma, cuja voz não fica presa na garganta mas no coração.

A mente mente e não desmente. Torna demente até o mais inteligente. Chama o gerente! Chama o tenente! Chama a presidente! Quero que hoje o mundo me enfrente.

o que é o amor, senão a vontade da entrega. senão a entrega sem medo. senão um pote de chocolate para se devorar sem culpa?

sou o que você procura ter o que o amor parece ser o que a chuva vem dizer o que a dor tenta entender sou tanta coisa e um coração que só precisa aprender que a vida só tem razão quando a gente ama pra valer

desculpe minha falta de pontualidade. mas o amor é assim, sem hora para acontecer. já você não. ama o previsível. ama o tempo em que as coisas não saem do seu controle. e o que me resta? te esperar. o que me resta senão me habituar a seu gosto de chá. chá de cadeira. vai, puxe uma cadeira. sente-se do meu lado. porque seu lugar é aqui, do lado do amor. afinal, de que lado você está?

hoje é dia de comemoração. é dia de bodas de algodão. hoje nada é mais doce do que ir às nuvens.

meu caro adalberto, esteja certo de que o futuro é incerto e que não há nada mais correto do que você se entregar ao roberto.  

sonho com o dia em que a aspereza dará lugar à leveza. enquanto isso, por favor, não me acorde.

algumas coisas parecem fora de foco. e estão mesmo. porque o mundo é visto assim, pela lente solitária de um grau intenso de melancolia. há distorções no cenário. claro, alguém lembra: é pra perto. a visão é estreita. limitada. e então, doutor. dá pra operar?

e quando os dias parecem feitos de chocolate vem o dissabor. nesse momento, o alento parece inexistir. então vem a injeção de ânimo. uma dose valorosa aplicada com essa agulha aí, que toca o coração.

há que se tomar cuidado. nada é mais assustador do que as deformações da alma. porque as do corpo, essas são óbvias demais para despertar algum medo. estão ali, visíveis, previsíveis. quanto às outras, não se pode esperar nada delas. as expectativas são dolorosas. e porque são conduzidas, unicamente, pela ignorância.

quando a inspiração tira férias, ela deixa de ser in para se tornar off. e quando isso acontece, meu caro, o que sobra é piração. sim, o sujeito pira porque o suor é dobrado. e aí, tomara que ele tenha um belo de um ar-condicionado.

os funcionários da padaria da esquina estão precisando. os passageiros no metrô, o pessoal do trabalho. todos estão na fila à espera de doadores de amor. se o seu sangue não for do tipo quente, favor entrar em contato. a falta de amor pode matar.

às vezes eu me sinto como um peixinho fora d'água do mundo. e o mundo às vezes não entende que respiro melhor assim, do lado de fora. os que entendem são poucos. e nem são peixinhos. são amigos.