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Mostrando postagens de outubro, 2010

sonhos

Eu me apropriei dos sonhos. Mas sonhos não são propriedades de ninguém. Eles estão aí, livres, leves e soltos no espaço, feito balões, para quem ousar pegá-los. E quando se pega, se sofre, porque sonhos são lindos e muito alegres. No entanto, sonhos não são dignos de pessoas. Apenas de corações.

amanhã

Amanhã não é futuro. Amanhã é dia de passado, sem presente. Amanhã é um dia que nunca deveria ter chegado há dois anos. Amanhã é um dia de distâncias entre o que foi e o que nunca mais será. Amanhã é um dia para ficar em casa. E não porque é feriado. Mas porque é dia doze.

convicção do amor

A minha convicção é tão minha quanto sua. Porque quando você chega, minha vontade de cinema, de sorvete, de passeio, acaba: só tem graça se você estiver junto.

vício

Ele me ama. E eu não sei por quê. Ele me odeia. Mas eu sei por quê. Ele me agrada. E eu não sei por quê. Ele briga comigo. Mas eu sei por quê. Ele é gentil comigo. E eu não sei por quê. Ele é estúpido comigo. Mas eu sei por quê. Ele diz que quer ficar comigo para sempre. E eu não sei por quê. Ele diz que vai embora. Mas eu sei por quê. Ele diz muitas coisas e eu sei por quê. Mas eu ainda estou com ele. E não sei por quê.

aniversário

Dia 12 de outubro é o aniversário da saudade. Daquela saudade que é quase sempre chata e em outros momentos, mais camarada, mas é sempre saudade. Aquela saudade que se confunde com nós mesmos, com o que somos ou com o que nunca vamos deixar de ser. Aquela saudade que não nos deixa esquecer do melhor e pior que fomos. Aquela saudade que não perdoa e nem se deixa perdoar. Aquela saudade que não vai embora, porque não é ela que vai - as coisas é que vão e ela fica. Aquela saudade que emociona a todo o instante do dia, e que ao mesmo tempo ensina a ser forte. Aquela saudade que jamais se comemora. Apenas se chora.