textos do tamanho da sua paciência

É fácil gostar de qualquer coisa na Augusta. Ela é a mais especial justamente por seus "altos" e "baixos", além também de ser a tradução perfeita do cosmopolitanismo de São Paulo. A noite é ainda mais interessante e, o Tapas, uma das boas coisas que confirmam tudo isso.

Algumas coisas parecem ser tão difíceis de compreender que soam como surreal. Não é possível explicar como conseguem se perder entre tantas outras mais importantes, para dar espaço a uma pequenez sem tamanho. É como jogar um comprimido efervescente dentro de um copo com água, e ver tudo, mas tudo o que você acreditava se dissolver em segundos. Só faz piorar.

Escolha uma cadeira confortável, na qual você possa se recostar sem desconforto. Tire seu relógio, desligue seu celular e fique longe de qualquer indicador de tempo. Então, é só esperar. Pode esperar, que vai passar.

Quase depois de 1 ano sem conhecer the home sweet home, eis que surge a presença mais que bem-vinda de cada um deles entrando pela porta da frente, finalmente. Coisas novas ocuparam o lugar de coisas inexistentes e a independência ganhou um pouco mais de forma. O frio, esse não se atreveu a aparecer, já que estar junto de quem a gente gosta é a maior fonte de calor que existe. E como se tudo isso não bastasse, vem o risoto de bacalhau para deixar tudo ainda mais perfeito. Acredite: eles são demais.

Das coisas que quero pra mim, não quero mais que palavras bem lidas, bem escritas e bem cantadas, um leite quente e o sorriso de quem eu amo. Das coisas que quero pra mim, não quero mais que a felicidade.

As Coisas - Arnaldo Antunes Neto e neta são netos, no masculino. Filho e filha são filhos, no masculino. Pai e mãe são pais, no masculino. Avô e avó são avós.

O que dói a alma não é exatamente o que se pode ver. Além disso, a multidão é cega. Tudo converge para um mesmo centro: o umbigo.

Não se pode ser radical nas coisas da vida. Ainda que o discurso seja cortar o mal pela raiz. Tudo muda o tempo todo, como diria Lulu Santos, e acreditar nas pessoas e atitudes é uma forma de tornar o bem flexível e acessível pra todos. Ainda assim, há de se ter caráter para haver perdão.

Trabalhar o dia inteiro no computador faz nascer umas manias inaplicáveis na vida real. Comigo, pelo menos, acontece de às vezes pensar algo, esquecer, e, inutilmente, querer "dar" um control z pra ver se o pensamento volta pra cabeça. Isso é ainda mais comum quando vou falar algo pra alguém e do nada esqueço. Mas, pra outras coisas, uma dessas teclas de atalho funciona bem. Principalmente quando a situação não requer lembranças, nem soluções. Aí, "dê" um delete. Funciona mesmo.

Mais um texto sobre o frio. É que não é possível esquecê-lo quando até a caneta falha ao escrever e digitar se torna um mecanismo dolorido. Tudo é desconforto. Meus pés parecem nunca esquentar. O volume das roupas me deixa um tanto incomodada - num frio como este é preciso privilegiar não só qualidade mas também quantidade. Meus cabelos precisam estar amarrados de alguma maneira, porque para mim é inconcebível deixá-los completamente soltos em meio a tantos casacos e coisas sufocando meu pescoço. Talvez seja a estação em que mais se pensa antes de agir, já que decidir sobre coisas que exigem movimento inspira grandes reflexões. E a liberdade fica limitada à preguiça e à conveniência.

Logo que vim para São Paulo, qualquer ventinho frio que fazia eu já saía para a rua quase vestida de edredom. É que além de chegar com aquela impressão de tempo volúvel, a cidade onde eu morava era a terra do calor. Mas, à medida que se conhece melhor São Paulo, você percebe que não é bem assim e se torna quase um termômetro ambulante. Já sabe medir as roupas que deve vestir, o número de casacos, e aquele ventinho frio que dava medo é agora gostoso de sentir. Só que meu, tipo assim, hoje o tempo aqui não tá firmeza não: tá frio pra c*********! E, pra completar, um agravante: o vento. Se a temperatura está em 8 graus, a sensação térmica é de menos oito. Puta que pariu, que frio viu!